Diferente do Itamaraty, Congresso condena ataques russos na Ucrânia
Comissões de Relações Exteriores da Câmara e do Senado repudiaram a invasão do governo Vladimir Putin no território ucraniano
Presidido pela senadora Kátia Abreu (PP-TO), o colegiado do Senado classificou as ações militares como “de extrema gravidade” por violarem “princípios fundamentais da Carta da ONU e do direito internacional, por atentar contra a soberania e a integridade territorial de um país soberano e colocar em risco a vida de cidadãos inocentes”.
O texto é semelhante à nota do colegiado da Câmara, presidido pelo deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG). O parlamentar frisou que os ataques violam regras e normas internacionais e, portanto, “deve ser fortemente condenado pelas instâncias multilaterais e os governos democráticos”.
Ambas as notas também se assemelham na avaliação de que o governo brasileiro deve acionar sua posição no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de buscar uma resolução pacífica para o conflito.
Tais declarações só não dialogam com a posição adotada pelo Ministério das Relações Exteriores. O Itamaraty não condenou os atos da Rússia e se limitou a dizer que acompanha a situação “com grave preocupação” e apelou para a “suspensão imediata das hostilidades”.
Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou diretamente sobre o assunto, mas também evitou um posicionamento crítico. Ele disse estar empenhado em proteger e auxiliar os brasileiros que estão na Ucrânia.
Uma semana atrás, Bolsonaro esteve na Rússia, ao lado de Putin, para discutir relações comerciais. Especialistas em política internacional indicavam que ele deveria ter adiado o encontro por conta do contexto político, mas o chefe do Executivo nacional ignorou os conselhos e seguiu viagem. Por lá, ele ainda se declarou solidário à Rússia, o que irritou os Estados Unidos.