Nissan planeja enxugar linha de modelos e fechar fábricas pelo mundo
Mudanças devem ocorrer em vários países, menos no Japão, na China e nos EUA. Quanto ao Brasil, isso pode significar no fim do March feito no RJ
A Nissan apresentará sua nova estratégia global em 28 de maio. Segundo apurou a agência Reuters e o site americano Auto News , a montadora planeja parar de produzir na Europa e em outros países para focar sua estratégia apenas no Japão, China e Estados Unidos. Quanto ao restante do mundo, o que inclui o Brasil, o plano de Makoto Uchida, CEO global da Nissan, visa tornar a empresa uma marca de nicho, deixando de lado o objetivo de alcançar altos volumes de vendas, através do foco na redução da linha de produtos com simultâneo aumento da rentabilidade.
Essa lógica pode por fim ao Nissan March no Brasil, por exemplo, que não receberia a sua nova geração em nosso país, a não ser que seja moderno o bastante para convencer o mercado e dê boas margens, algo não muito comum em seu segmento. O Versa, por sua vez, segue com expectativas para a chegada do sucessor ainda esse ano, importado do México. Hoje, os modelos que efetivamente sustentam a Nissan no Brasil são a picape Frontier e o Nissan Kicks , o mais vendido da montadora.
A investigação do jornalista Norihiko Shirouzu provocou um terremoto global na empresa. Logo que a Reuters publicou as notícias no Japão, foi iniciada uma greve na fábrica da Nissan em Barcelona, onde é produzida a picape Frontier / Navara. Os operadores exigiram certeza sobre o futuro de seus empregos, mas a empresa se limitou a informar que os detalhes do novo plano serão anunciados apenas em 28 de maio. Vale lembrar que em julho do ano passado, a Nissan anunciou o fechamento de 14 linhas de produção. E em março passado, foi decidido encerrar a fabricação na Indonésia.
As fontes ouvidas pela Reuters afirmaram, também, que outra previsão dos planos de reestruturação da Nissan terá enfoque na redução da competição dos modelos da marca com produtos das outras empresas da Aliança: Renault e Mitsubishi. Esta última deverá ter prioridade em projetos híbridos e nos mercados asiáticos fora de Japão e China. Já a francesa ficará com o desenvolvimento de carros 100% elétricos e o mercado europeu.